terça-feira, 17 de abril de 2007

50,65... Que da saudades, da...

Tomei um banho, usando o sabonete eucalol, após ter retirado e guardado sua estampa, para colecioná-la. Fiz a barba com Gilette azul, blue blade, passei a Aqua Velva para sair cheirosinho, usei brilcreem nos cabelos, deixando-os bem engordurados para poder modelar o topete.
Quem de nós nunca usou brilcreem, ou o famoso Gumex?
Em seguida coloquei minha calça far-west, novinha. O chapéu ramenzoni e aquela blusa linda feita com lã sams. Coloquei no bolso da camisa meu cigarrinho Columbia, e sai para namorar.
Iria ao Cine Teatro Apolo, assistir ao último filme do Durango Kid, isso sem contar o seriado que estava ótimo, o “Zorro”, que lutava contra o “Don del Oro”, a reincarnação do deus Yaqui. Ah, não poderia deixar de levar a revista “Os sobrinhos do capitão”, que havia comprado no Caruso e que iria trocar pela nova do “Mandrake”. Quem sabe acharia também algum com o “Reizinho” ou “Pinduca”? Ou mesmo da Luluzinha ou Bolinha? As histórias da bruxa Meméia eram sempre interessantes.
Cheguei à praça onde já chegava o som da “Radio City”, tocando “Boneca Cobiçada”, uma musica até já velhinha, para aquele época onde os “rouxinóis” eram Celly Campelo, Cauby Peixoto...
E as tvs, com programas fabulosos, como Pim pam pum, da Tupi, que tinha também o TV de vanguarda, TV de comedia e outros? E os seriados de tv que vieram depois, como os Waltons, Havaí 5.0, os Jetsons, Bonanza, a Noviça Voadora? Só que isso veio um pouco depois, quando Roberto Carlos cantava o “Brucutu”, “é proibido fumar, e outras”.... E as belas vozes internacionais, que o são até hoje, eram as de Connie Francis e Pat Boone?
E as novelas? “O direito de nascer” de Felix Caignet, com o D. Rafael, Sóror Helena da Caridade, Guy Lupe como Isabel Cristina? Amilton Fernandes, como o Albertinho Limonta. E uma novela lembrada por pouca gente: “Gutierritos:, com Lima Duarte, dirigido por Wanda Kosmo e Henrique Martins.
Lembram-se de Marisa Sanches, mulher de Lima Duarte e mãe da Débora? Olhem uma foto dela com o Boldrin, quando esse era ator, e não só cantor sertanejo.
E o “Alô, doçura”, com John Herbert e Eva Vilma?
(foto aqui)
Você se lembra de quando, para curar garganta, nossos pais a pincelavam com uma solução de azul de metileno, usando uma pena de galinha?
E, quando estávamos com gripe forte, com perigo de pneumonia ou coisa parecida, eles nos faziam um emplastro, ou seja, uma quantidade de angu quente dentro de um pano que era colocado em nossas costas?
E as injeções de anti-catarral? “Seu” Eduardo da Farmácia já me aplicou muitas, aqui e em Pouso Alto...
Sabiam que quando aparecia um herpes-zoster torácico, com um monte de bolhas doloridas ele era chamado de “aroeira” e curado com tinta parker de caneta? E o tratamento funcionava?
E que o vitiligo era tratado esfregando-se nas lesões uma flor, chamada de saudade-roxa? Diziam que funcionava.
E o biotônico Fontoura, que existe até hoje? Lembram-se que quando ele era nosso “drink”,imitando os cowboys do cinema?

Dá saudade quando começamos a nos lembrar, não?

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